Após o Facebook anunciar a criação do metaverso, projeto que pretende revolucionar as conexões humanas na internet, o tema ganhou todos os holofotes possíveis. As buscas pela expressão explodiram na internet e o termo atingiu o número “100”, valor máximo de popularidade das medições do Google Trends. Isso porque o metaverso representa inúmeras possibilidades de experiências imersivas, inclusive dentro do universo B2B.
A estimativa é que o conceito pode gerar uma receita anual de US$ 1 trilhão, segundo uma pesquisa da Grayscale, empresa especializada em gestão de investimentos. Mas apesar da ideia de mesclar mundo físico e virtual ser do interesse de diversas companhias, o tema ainda gera muitas dúvidas para os empresários.
Nelson Weippert, Gerente de Negócios da Atech, empresa do grupo Embraer, acredita que os benefícios do metaverso serão a longo prazo, porém, é necessário investir agora e se preparar para essas mudanças.
Segundo ele, o avanço da adoção de algumas tecnologias como Internet das Coisas (IoT), digital twins (gêmeos digitais), realidade aumentada, machine learning, e agora com acréscimo do 5G, estão entre alguns dos recursos que dão aval para que o “universo digital” aconteça efetivamente. E são inúmeras as possibilidades de ganhos com o metaverso.
Do chão de fábrica ao tênis 3d
Ainda segundo Nelson Weippert, o incremento das tecnologias 4.0 no metaverso pode elevar o nível de eficiência operacional jamais visto. É possível imaginar um ambiente tão imersivo e integrado entre diferentes áreas da empresa, ao ponto do operador de máquina receber alertas de defeitos no equipamento com muitos dias de antecedência. Facilitando assim, o trabalho da equipe de manutenção.
Na logística, o metaverso pode ajudar com a simulação de cenários, por meio do recurso do Digital Twins, que lhe permite representar, virtualmente, todos os processos logísticos pelos quais passa um produto, desde o momento de entrada no armazém até a expedição. Isso é especialmente útil para cumprir um dos maiores desafios da logística: entregar os pedidos aos consumidores no menor tempo possível.
Os líderes logísticos poderão visualizar, em um ambiente totalmente virtual, o percurso da movimentação do produto, identificando possíveis gargalos da operação, incidentes e até sobrecarga dos trabalhadores.
O metaverso é uma tendência com ar futurista. Mas as distâncias, para Weippert, estão cada vez menores e a criação do adiVerse, o metaverso da Adidas, é a prova concreta disso. No espaço virtual da gigante de artigos esportivos, os usuários podem interagir em um mundo 3D e, principalmente, comprar um tênis de uma coleção exclusiva da marca. Depois, é só aguardar o produto chegar na sua casa.
*Imagem: Michelangelo Buonarroti no Pexels