Tecnologia pelo meio ambiente: Como a Internet of Things irá mudar sua vida e ajudar o planeta

Internet das coisas
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O atual cenário das mudanças climáticas desenfreadas é um dos maiores, se não o maior, desafio que a humanidade irá enfrentar. As estimativas de modelos climáticos apontam uma grande devastação ambiental e econômica caso nossos hábitos de consumo e poluição não sejam alterados de forma urgente. Pode-se dizer que os grandes avanços tecnológicos dos últimos 200 anos criaram o mundo moderno como conhecemos, com todos os benefícios e expectativa de vida que desfrutamos hoje, mas também trouxe as consequências de um consumo sem limites dos recursos naturais e, principalmente, a emissão de agentes estufa como fonte energética.

É por isso que, para muitos especialistas, a cara do século 21 precisa ser uma readequação das inovações tecnológicas em função do meio ambiente, ou seja, o uso de nossos conhecimentos científicos, engenharia e escala de produção para melhorar a situação climática. Quando pensamos nesse tema, é comum ouvirmos sobre grandes usinas de captura de gás carbônico, projetos de limpeza dos oceanos, grandes oficinas de reciclagem. No entanto, algumas revoluções tecnológicas estarão dentro de nossas próprias casas e, na verdade, já começaram. É o caso da internet das coisas, a famosa IoT (internet of things) em inglês. Conheça um pouco sobre as promessas de conveniência e proteção ao ambiente que essa nova etapa da era digital pode nos proporcionar.

Vale ressaltar que, como toda tecnologia, a internet das coisas possui grandes vantagens mas também alguns riscos. Como foi o caso dos smartphones e computadores, lutar contra a chegada dessas novas tecnologias em nossas vidas é uma tarefa quase impossível, portanto, podemos focar nossa atenção em minimizar os riscos para nossa saúde e segurança. Dispositivos inteligentes como microfones e câmeras são extremamente convenientes, mas é importante que estejam conectados a um roteador VPN para evitar o vazamento de nossos dados pessoais. Dispositivos com telas eletrônicas, como espelhos inteligentes, televisores e tablets devem possuir filtros de luz azul a partir das 18:00 horas, evitando a fadiga visual e interrupções em nosso ciclo circadiano. Devemos sempre buscar o equilíbrio entre conveniência e segurança. 

Afinal, o que é a internet das coisas? 

A chegada dos computadores pessoais mudou, com toda certeza, a maneira como empresas e famílias passaram a lidar com o armazenamento e processamento de informações, com textos, planilhas e imagens digitais, ficou mais fácil realizar cálculos, automatizações e planejamento. No entanto, a verdadeira mudança em nossa vida ocorreu quando tornou-se possível realizar a comunicação entre todos esses computadores, em qualquer parte do mundo, permitindo a troca de informações e documentos em velocidades inacreditáveis. Foi a internet, a rede mundial de computadores, que deu origem ao mercado financeiro como conhecimentos, às redes sociais, notícias online, bancos digitais, cartões de crédito, enciclopédias atualizadas diariamente, e afins.

Com essa mesma lógica, podemos entender o que é a internet das coisas. Hoje em dia, contamos com diversas tecnologias domésticas para ajudar em nosso cotidiano: geladeiras, televisões, alto-falantes, computador, câmeras de segurança, lâmpadas. Mas esses aparelhos, apesar de tecnológicos, não possuem uma inteligência por trás de suas ações, e não sabem da existência de uns aos outros. Mas e se eles soubessem? A premissa da internet das coisas é criar verdadeiras redes inteligentes entre todos os eletrônicos de sua casa, assim, sua televisão, câmera de segurança, computador, smartphone e geladeira poderiam trocar dados entre si e entre servidores.

Com tecnologias de rede modernas, como Bluetooth L.E., redes 5G, processadores minúsculos e baterias de lítio, essa realidade já está chegando nas casas dos consumidores, e promete uma série de vantagens. Com uma casa conectada pela internet das coisas, você poderia viver o sonho dos filmes de ficção científica: Acordar de manhã com sua cafeteira já preparando o café, seu espelho inteligente já lhe mostra suas tarefas para o dia, sua escova de dentes elétrica determina o tempo certo para a escovação, a TV já sintoniza em seu jornal matinal favorito, seu celular está carregado e preparado para o trabalho, sua câmera de segurança te notifica das atividades durante a noite, e seu carro elétrico liga o aquecedor do volante. Pode parecer um filme futurista dos anos 80, mas tudo isso já existe com produtos à venda no mercado atualmente, e é possível automatizar sua casa de forma barata.

O impacto da internet das coisas no meio ambiente

Se você é uma pessoa com maior consciência ambiental, ler o parágrafo anterior pode ter lhe causado um verdadeiro desespero: Com tantos aparelhos eletrônicos, o gasto de energia e recursos naturais não seria imenso?

A resposta é surpreendente, mas a internet das coisas pode contribuir para uma considerável redução na demanda ambiental. Isso acontece porque graças à inteligência por trás dessa nova classe de eletrônicos, otimizações em seu uso se tornam possíveis. 

Por exemplo, uma tomada inteligente pode parar de fornecer energia quando seu celular termina de carregar durante a noite, ao invés de continuar ligada enquanto você dorme. Sistemas de controle climático podem levar em consideração a movimentação dentro do ambiente, otimizando seu tempo e área de efeito. O uso de processadores e redes de alta eficiência também reduzem os gastos de energia esperados de eletrônicos comuns.

Outro fenômeno ainda mais promissor oferece a solução para um dos maiores desafios da energia solar: A pressão na rede elétrica e armazenamento. Uma fazenda solar não pode produzir energia continuamente, necessitando de baterias durante a noite, mas a construção e manutenção de baterias gigantes para alimentar uma cidade torna os custos proibitivos para o uso de energia solar em algumas regiões. E se, ao invés de uma única bateria enorme, tivéssemos milhares de pequenas baterias distribuídas pelo território? Pois é isso que lugares como o Reino Unido desejam fazer com a internet das coisas: Dispositivos inteligentes como carros elétricos poderiam fornecer energia de suas baterias sempre que estivessem conectados à tomada, e por saberem o padrão de uso de seus usuários, sincronizariam os períodos de carregamento e fornecimento de forma a nunca deixar o motorista na mão, mas contribuindo com a rede elétrica de todo o país.

O mesmo vale para dispositivos como televisores e geladeiras, que poderiam receber dados da rede elétrica para determinar as melhores horas para gastar ou economizar energia, reduzindo a pressão na grade. E além dessas contribuições indiretas, câmeras inteligentes e outros aparelhos de alta eficiência têm sido usados em regiões de proteção florestal para monitorar desmatamento e caça ilegal, permitindo que uma central de controle mobilize seus recursos de forma inteligente e disparando alarmes imediatamente quando notam atividade suspeita.

Conclusão

A internet das coisas é a mais nova revolução tecnológica que irá mudar a vida cotidiana da população, da mesma maneira que computadores e smartphones transformaram nossa vida nas últimas décadas. Com o uso consciente dessas inovações, é possível ajudar o meio ambiente enquanto desfrutamos de maior comodidade, com sorte, mudando a forma como encaramos os gastos energéticos e minerais do planeta. E sobre as consequências dos danos ao meio ambiente, veja como a poluição do ar reduz a expectativa de vida no mundo.

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Imagens: Pexels


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