Dizer que 2022 foi um ano desafiador é provavelmente um eufemismo. Infelizmente, os principais problemas globais que estamos enfrentando – guerra, crescimento dos preços no setor de energia e mudanças climáticas com consequências catastróficas – não desaparecerão automaticamente em 2023. O otimismo é uma obrigação moral, mas esperamos que a tecnologia e o metaverso em particular, contribuem para solucionar esses problemas no futuro próximo.
Na visão da Hexagon, o metaverso é uma plataforma de realidade digital sem limites, formada por mundos 3D interconectados onde usuários podem explorar, interagir, criar conteúdo e compartilhar informações. As aplicações do metaverso requerem que o mundo físico seja espelhado, visualizado e compreendido em um mundo digital 3D com confiabilidade e exatidão, é o que definimos como “realidades digitais inteligentes”.
Em 2023, as soluções de realidade digital continuarão evoluindo por meio de desenvolvimentos inovadores que reduzirão custos e riscos operacionais, viabilizando a previsão e prevenção, melhorando a produtividade e a eficiência, e minimizando o desperdício e a poluição.
Realidades digitais para Defesa
Quando falamos em realidades digitais para Defesa, qualquer conflito pode ser ganho no campo de batalha físico ao se dominar o campo de batalha digital, sendo assim, qualquer comandante em 2023 deve contar com uma realidade digital atualizada, segura e confiável. Por exemplo, em um campo de batalha, um comandante pode visualizar em seu equipamento móvel de realidade virtual múltiplas telas de comando e controle de forma simplificada – as mesmas informações apresentadas em múltiplas telas na sala de comando.
Telas de realidade aumentada também podem ser integradas ao capacete do soldado para que ele possa receber informações atualizadas e insights sobre a localização de outros soltados, linha de visão, waypoints entre outras informações essenciais. A sobreposição desse tipo de informação crucial pode melhorar a consciência situacional.
As realidades digitais também podem ajudar a avaliar situações potencialmente perigosas que podem surgir após um ataque inimigo ou desastre natural. As plataformas de sistemas aéreos não tripulados ou robôs equipados com um scanner LiDAR (Light Detection And Ranging – detecção e alcance da luz, em tradução livre) podem inspecionar qualquer local sem que alguém arrisque a sua vida. Os dados precisos em 3D que foram adquiridos revelarão informações que anteriormente não podiam ser obtidas apenas por meio de imagens padrão.
Realidades Digitais para Energia
Em 2022, alguns países sofreram com o aumento de 80% em energia elétrica. Em 2023, espera-se uma mudança no cenário energético. Com as realidades digitais inteligentes, as mudanças e ajustes em infraestruturas de energia podem ser testados para otimizar os resultados ao reduzir riscos, erros e custos, bem como para verificar dispositivos, quantificar níveis de emissões etc.
As instalações de energias renováveis como as fazendas de energia solar e eólica, cresceram tão rápido como cogumelos. As realidades digitais inteligentes dessas fazendas poderão ser monitoradas de forma autônoma e remota, permitindo a detecção de anomalias, a melhoria na manutenção e inspeção e muito mais. Cada estágio, desde o planejamento, projeto, manufatura, construção, operação e otimização da produção de energia renovável, pode ser realizada no metaverso.
Realidades digitais para mudanças climáticas
Em 2023, espera-se que as emissões de CO2 alcancem, ou mesmo superem, os níveis pré-pandemia. As estimativas sugerem que as cidades são responsáveis por 75% das emissões globais de CO2, com os transportes e as construções sendo um dos maiores contribuintes para isso. As realidades digitais inteligentes para cidades podem ajudar muito no planejamento urbano, monitorando o fluxo do trânsito para melhorar a sustentabilidade das cidades e testar a eficiência de diferentes medidas contra o aumento dos níveis dos oceanos e do calor urbano.
Há muitas incertezas sobre 2023, mas certamente o metaverso desempenhará um importante papel na resolução desses problemas globais. Nos vemos no metaverso!
*Por: Sérgio Nunes, Vice-presidente sênior da divisão de Segurança, Infraestrutura e Geotecnologias da Hexagon na América Latina.
