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Professor e especialista em comunicação e tecnologia destaca como a dificuldade em contar histórias impacta profissionais de todas as áreas
José Antônio Ramalho destaca desafios na comunicação interna, evidenciando a importância do storytelling para líderes.
Redação
1.059 5 min. de leitura 19/03/2024 às 10h43
Embaraço universal afeta o cotidiano e a abertura de novas oportunidades e aprendizados entre equipes
“A humanidade nunca teve tantos meios para se comunicar, mas nunca se comunicou tão mal como hoje”. A frase do professor e especialista em comunicação e tecnologia, José Antônio Ramalho, vem ao encontro da complexidade de engajar lideranças como comunicadores ter sido citada como o principal desafio na comunicação interna nas empresas no último ano, abrangendo um total de 74% dos negócios. Os dados são de um levantamento da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e mostram como o storytelling não é apenas uma prática para escritores, jornalistas, artistas ou outras áreas, mas também se tornou uma habilidade essencial para o sucesso em diversos campos.
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No setor publicitário, por exemplo, é possível encontrar a pesquisa de 2022 da agência Lukso, especializada em narrativas de marca, que destaca a grande importância do storytelling na comunicação contemporânea. Em São Paulo, 88,8% dos entrevistados das classes sociais A e B reconhecem a eficácia das marcas ao contar histórias, evidenciando a crescente relevância dessa prática. Além disso, 97,6% valorizam histórias reais, sublinhando a importância da autenticidade nas narrativas.
Deste modo, entender a construção de um diálogo ou história, o que causa ruídos nas comunicações, os diferentes tipos de diálogo, categorias de perguntas e a importância de saber escutar são direcionamentos comuns para melhorias na interação entre equipes e trabalhos. Os conceitos são direcionados tanto para gestores, como para colaboradores no geral, considerando que um diálogo é formado por um emissor e um receptor.
Ramalho destaca que apesar da dificuldade ser universal, é preciso dominar a prática, seja em uma reunião, em um e-mail ou na construção de uma campanha publicitária. “Minhas viagens por 105 países e a observação das dificuldades universais na comunicação foram cruciais para minha compreensão sobre a importância de contar histórias, independentemente do idioma. É uma habilidade que vai além da simples transmissão de informações, é a essência da conexão humana. Por isso, profissionais que não souberem assumir o papel de storytellers podem ficar para trás e perder espaço no mercado de trabalho”, destaca Ramalho, que possui 30 anos de carreira e mais de 120 livros publicados em diversas áreas.
O professor universitário experimentou as dificuldades e universalidade da comunicação em locais e situações, como junto a uma família nômade da Mongólia, uma tribo Masai na Tanzânia ou uma vila remota no interior do Uzbequistão. Desses remotos locais até as grandes e modernas metrópoles convivendo com diferentes culturas, etnias e níveis de desenvolvimento humano, Ramalho conseguiu sintetizar essas experiências em suas duas últimas obras.
O autor explora em “Storytelling – Cativando com a Narrativa”, lançado em 2023, a importância das narrativas e uso de técnicas milenares que ainda hoje são ferramentas extremamente poderosas para unir as pessoas por meio de histórias que despertam as emoções da audiência, tornando-as parte da história ou mensagem que é transmitida.
Em seu mais recente lançamento “O Poder do Diálogo – A Arte da Comunicação Humana”, o especialista criou um manual das boas práticas de comunicação que une suas experiências multiculturais com a sua prática como consultor e especialista em tecnologia e comunicação.
Nesse trabalho, Ramalho desconstrói os elementos do diálogo e mostra como cada pessoa pode ser um comunicador melhor, pessoal e profissionalmente quando sai do modo automático e passa a utilizar a reflexão, escuta ativa e empatia para superar os desafios da comunicação. Somando-se a isso, o autor mostra como praticar a comunicação não violenta e o diálogo inclusivo e, de forma didática e atual, mostra como superar as dificuldades do diálogo intergeracional, onde, pela primeira vez na história, cinco gerações interagem simultaneamente através do uso de tecnologias modernas em ambientes inéditos.
“Ter essa malícia, de saber o que falar, quando falar e como é fundamental para o sucesso de qualquer profissional que em algum momento precisa comunicar uma ideia com eficiência. O objetivo de qualquer conversa é criar conexões e isso é essencial para termos uma relação com pessoas, mas também com empresas. O diálogo é o principal pilar de qualquer comunicação bem-sucedida, mas ele parece ter sido deixado de lado. As novas tecnologias sempre trouxeram facilidades para a comunicação, mas também trouxeram novos desafios que estão sendo maléficos para a comunicação autêntica e plena”, finaliza Ramalho.