Durante a pandemia, a transformação digital não apenas cresceu exponencialmente, mas também se tornou uma necessidade urgente para todas as indústrias. Particularmente nas empresas de manufatura, a inovação se consolidou como um elemento fundamental nas estratégias de negócio. E, embora neste período os planos de modernização no setor e a adoção da Indústria 4.0 tenham sido significativamente acelerados, este não é um movimento novo.
A maioria dos operadores de planta concorda que suas linhas de produção passaram por uma considerável inovação durante as últimas duas décadas. De fato, grande parte deles começou sua transformação digital muito antes de o termo se popularizar, por meio da implementação de tecnologias e sistemas de gestão. Na verdade, é o compromisso dos fabricantes que nos levou ao estado atual, caracterizado por prazos de entrega mais curtos, uma maior variedade de produtos e preços mais competitivos.
Graças a esse trabalho, o setor de manufatura conta hoje com “sistemas de registro” que monitoram em tempo real cada etapa do processo produtivo, automatizando a captura de dados. Embora tenha sido um primeiro passo necessário para a Indústria 4.0, o mercado agora exige avançar para “sistemas de realidade” fundamentais para a “inteligência empresarial”. Isso implica que a informação coletada por máquinas e inteligência artificial não apenas seja armazenada, mas também utilizada em tempo real e no local onde é gerada para tomar decisões mais acertadas.
Além disso, esse enfoque facilita a disponibilidade de tecnologias que permitem processar e analisar informações em diferentes níveis, desde os dispositivos e sensores, passando por centros de dados intermediários, até chegar aos recursos na nuvem. Isso agrega uma nova dimensão à convergência tradicional de TI/OT (tecnologias da informação e operações tecnológicas), impulsionando a produtividade ao combinar a automação de processos e a inteligência artificial generativa de TI com os novos enfoques de OT, como visão artificial e robôs móveis autônomos.
Nesse cenário, a infraestrutura de redes sem fio adquire um papel crucial. A propósito, uma das primeiras perguntas que faço aos envolvidos na transformação digital de suas operações é: “Vocês têm uma infraestrutura para facilitar a interação de máquinas, IA e humanos?” Se não, é imperativo acelerar esses fatores. Para que contar com sistemas de informação e execução, dispositivos e sensores de última tecnologia, se os dados não podem chegar às pessoas ou máquinas pertinentes no momento oportuno?
Os dados não são nada sem a análise e as ações pertinentes. É por isso que esse tipo de investimento, junto com o pessoal qualificado para o setor, fazem uma combinação bem-sucedida, permitindo às empresas de manufatura melhorar a precisão e a eficiência na linha de produção, facilitar a colaboração entre trabalhadores, aumentar a visibilidade operacional, impulsionar a inovação e implementar estratégias proativas. Segundo o guia da Zebra, “Cinco Passos para a Manufatura Inteligente”, 79% dos trabalhadores de indústrias já estão prontos para adotar ferramentas digitais.
Ou seja, não há mais tempo a perder. Para que a manufatura alcance seu verdadeiro potencial na era da Indústria 4.0, é essencial que os líderes invistam em uma sólida infraestrutura tecnológica. É um chamado à ação: adotemos ferramentas para converter dados em decisões estratégicas em tempo real e asseguremos que nossas operações prosperem nesta nova era digital.
*Por Vanderlei Ferreira, CEO da Zebra Technologies no Brasil