Nomofobia ou no-mobile: conheça o medo de ficar sem celular e os riscos causados pelo vício no aparelho

Nomofobia ou no-mobile
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Você já ouviu falar em nomofobia ou no-mobile? O nome pouco conhecido refere-se a uma fobia que tem crescido em todo o mundo. Trata-se do medo irracional de ficar sem o celular. Esse medo também é conhecido como síndrome da dependência digital. Pesquisa publicada pela Digital Turbine mostra que 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular.

Para o psicólogo José Franco, professor e coordenador do curso de psicologia da Faculdade Anhanguera, os estados ansiosos, tão comuns no mundo moderno, somados a necessidade de relacionamento social (agora mais intensificados com o pressuposto das redes sociais), podemos considerar que essa necessidade, gera em algumas pessoas, a necessidade em estar sempre perto de um celular. “Esses nos acompanham aonde vamos, registram nossos melhores momentos e, em muitos casos, dormem ao nosso lado todos os dias, se tornando um objeto essencial na rotina. Com isso, por toda essa convivência, as pessoas se tornaram dependentes tecnologicamente.”, explica o professor.

A nomofobia não está ainda incluída no DSM-5 que é o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais da APA – Associação de Psiquiatria Americana, mas de forma correlata a fobia por jogos e vídeo games está, e isso de forma análoga, podemos considerar como um tipo de transtorno.

O estudo da plataforma de mídia também apontou que 92% dos brasileiros fazem compras pelo celular e que desse percentual 30% passaram a comprar ainda mais pelo aparelho móvel após o início da pandemia. José Franco também destaca que, apesar da comodidade ofertada pelos aparelhos, é preciso ficar atento aos sinais que indicam vício, como é o caso do uso da internet, jogos e videogames. “Praticamente todo mundo tem um celular no bolso e faz uso dele ao longo do dia. E, provavelmente, bastante. Isso, pois o brasileiro é fã do celular e de internet. Há pesquisas que dizem que, em média, passamos 4h à frente das telas. Além disso, o desbloqueamos mais de 60 vezes ao dia. Porém, esse uso tão constante se torna prejudicial para algumas pessoas. Entre os danos, são comuns os relatos relacionados a problemas de visão, falta de relaxamento, insônia e ansiedade, principalmente.” 

Levantamento do Google mostra que 73% dos brasileiros não saem de casa sem os seus dispositivos. 

O especialista ressalta que o uso da tecnologia não é um problema em si, mas a maneira como nos relacionamos com ela, já que o celular é um item quase que essencial para muitas pessoas que usam para trabalhar e estudar. Ele defende que o uso deve ser de forma saudável para que o aparelho seja um auxílio e não uma dependência. “Uma das melhores características de um celular é que você pode realizar várias tarefas facilmente. No entanto, é necessário estabelecer uma relação de quando usá-lo. Se é necessário para o trabalho, por exemplo, limite-se a usá-lo apenas durantes as horas de trabalho. Com isso, quando criamos uma “rotina” clara sobre o seu uso, nos dedicamos mais para outros momentos, como ficar em casa com a família. Isso torna melhor o melhor controle sobre o nosso comportamento perante o uso do celular na rotina”, conclui o psicólogo.

*Imagem de Hugo Hercer por Pixabay


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