No mundo atual, onde a praticidade e digitalização fazem parte da nossa vida, comprar on-line se tornou protagonista em vários processos de aquisições no cotidiano. Os motivos são inúmeros, entre eles, possivelmente, o uso constante de smartphones e o acesso à internet. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) divulgou uma pesquisa que indica que 16% do volume total de vendas do comércio do Brasil referente ao primeiro trimestre de 2024 vieram de canais digitais como sites, aplicativos e e-mail. Esse fator não é meramente um reflexo das circunstâncias globais, mas sim uma demonstração do poder da tecnologia e das mudanças de comportamento do consumidor.
A pandemia de Covid-19, que impôs restrições e desafios ao comércio tradicional, foi uma das responsáveis por impulsionar essa rápida migração para as plataformas on-line. Com o distanciamento social e as medidas de confinamento, as empresas e consumidores tiveram que se adaptar com as novas formas de interação comercial. Esse choque, embora inicialmente desestabilizador, acabou por consolidar e acelerar uma mudança que já estava em curso.
Entretanto, o crescimento das vendas on-line não é apenas um fenômeno momentâneo, mas sim uma tendência contínua e que só tende a melhorar, já que os consumidores estão cada dia mais empenhados e exigentes. A comodidade, a variedade de opções, os preços competitivos e a experiência personalizada são apenas algumas das vantagens que impulsionam os consumidores para comprarem no comércio eletrônico. Além disso, o avanço tecnológico como a inteligência artificial, realidade aumentada e a Internet das Coisas, promete tornar a experiência de compra on-line ainda mais envolvente e satisfatória.
Outro motor desse crescimento é a usabilidade de dispositivos móveis, pois só em 2023 foram vendidos mais de 39,7 milhões de celulares no país, segundo mostram dados da IDC Brasil. E, cada dia que passa, os smartphones estão cada vez mais modernos e oferecem o mundo do comércio nas palmas das mãos. Além disso, possibilitam fazer compras em qualquer lugar e a qualquer momento, sem as limitações físicas das lojas tradicionais.
Há também o surgimento de novos modelos de negócio, como o comércio social e os marketplaces especializados e que vêm remodelando todo o panorama das vendas on-line. Redes sociais se tornaram não apenas espaços para entretenimento, mas também vitrines digitais onde os consumidores podem descobrir e comprar produtos. Da mesma forma, os e-commerces segmentados, focados em produtos específicos.
No entanto, apesar do potencial das vendas on-line, é preciso conhecer o ambiente, estudar o mercado e ter certeza que um bom trabalho será feito. Afinal, pode parecer fácil ter um e-commerce, mas existem questões relacionadas à tecnologia, segurança de dados, logística e regulamentação para tornar uma página segura e confiável. Sem falar na concorrência acirrada e a necessidade de se diferenciar. Por isso a importância de investir em ferramentas tecnológicas, marketing e focar em fornecer uma boa experiência ao cliente.
Outro ponto a ser citado são as fraudes que podem ocorrer no ambiente digital. Em 2023 o setor teve mais de R$ 3,5 bilhões em prejuízo com tentativas criminosas só no Brasil, de acordo com Mapa da Fraude 2023, feito pela ClearSale. Aqui, podemos ver a importância de uma tecnologia de proteção robusta e do monitoramento de possíveis ameaças envolvendo uma marca.
Para os próximos anos, vejo a continuação do crescimento das compras on-line, com experiências cada vez mais personalizadas, inclusive por meio da análise de dados e IA. Também vislumbro o avanço do phygital, que é a junção do físico e digital, e isso é muito satisfatório, pois teremos a certeza de que os dois tipos de comércios podem andar juntos, sendo uma parceria para tornar o setor ainda mais gigante.
*Por Richard Kenj, diretor comercial da Lity