Como a IA pode influenciar as demandas dos data centers

Fernando Ribeiro é Coordenador de Sistemas da ODATA.
*Na foto: Fernando Ribeiro – Imagem: divulgação / ODATA

O crescimento significativo da Inteligência Artificial (IA) está mudando não apenas os processos de negócios, mas também as infraestruturas que os sustentam. E, esse movimento, não é uma onda passageira. O Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), elaborou uma pesquisa que analisa as tendências tecnológicas em 2024. Conforme o estudo, 65% dos entrevistados estão convencidos de que a inteligência artificial generativa permanecerá como a principal força impulsionadora da tecnologia ao longo de 2024.

Atualmente, o cenário traz um rápido aumento na adoção da IA por diversos setores. Um estudo da IBM, de janeiro de 2024, aponta que cerca de 42% das organizações com mais de 1.000 colaboradores já utilizam aplicações baseadas em inteligência artificial nos negócios. Além disso, a previsão é que o mercado de IA alcance US$ 66 bilhões no ano de 2024. Segundo o site de inteligência de dados Statista, é esperado uma taxa de crescimento anual de mais de 20%, o que movimentaria pelo menos US$ 207 bilhões até 2030. Estados Unidos é o país que mais movimenta esse mercado, apenas em 2023, atingiu US$ 16 bilhões e, em 2024, deve ultrapassar US$ 23 bilhões.

Em resumo, a inteligência artificial tem assumido um papel cada vez mais relevante na definição das operações comerciais e das interações com os clientes. Nesse contexto, os data centers nunca foram tão essenciais, já que possuem a responsabilidade de armazenar, processar e compartilhar os vastos volumes de dados necessários para alimentar as aplicações baseadas em IA. Portanto, compreender as implicações desse avanço é crucial para garantir que a infraestrutura tecnológica esteja preparada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a IA proporciona.

Assim, à medida que as aplicações baseadas em IA se tornam mais sofisticadas, as demandas por capacidade computacional e armazenamento crescem exponencialmente. Isso coloca os data centers tradicionais diante de desafios significativos, como limitações de escalabilidade, gestão eficiente de energia e espaço físico limitado.

Para lidar com esses desafios, é essencial adotar estratégias de modernização que permitam aos data centers acompanhar o ritmo da evolução tecnológica. A integração de hardware específico para IA, como GPUs e TPUs, é fundamental para otimizar o processamento de algoritmos de IA. Aceleradores de hardware, que fornecem desempenho e eficácia no processamento de algoritmos de inteligência artificial, auxiliam a capacitar os data centers de forma a gerenciar cálculos com mais eficiência, além de acelerar o treinamento de modelos de IA e atividades de inferência.

Além disso, soluções avançadas de refrigeração e aprimoramentos na eficiência energética ganham ainda mais importância para garantir a operação eficaz dos data centers em um ambiente de IA. Ao dissipar o calor, essas soluções melhoram a eficiência energética, reduzem as despesas operacionais e as chances de superaquecimento ou mau funcionamento da estrutura.

Energia em si é um tema muito importante nesse cenário e que precisa ser mais debatido. A mudança para fontes de energia renováveis e a autoprodução podem ajudar a reduzir a dependência de combustíveis. Complementando com sistemas inteligentes de gestão de consumo, é possível ajustar a utilização com base nas necessidades da carga de trabalho. Tudo isso auxilia no aumento da eficiência e da sustentabilidade.

Ainda, a escalabilidade e a adaptabilidade também são aspectos cruciais a serem considerados. Assim, a adoção de modelos de data center modular e o aproveitamento de soluções baseadas em nuvem permitem que as organizações atendam às crescentes demandas das aplicações de IA de maneira eficiente e flexível.

Em suma, à medida que a inteligência artificial continua a moldar o futuro dos negócios e da sociedade, os data centers desempenham um papel vital na sustentação dessa revolução tecnológica. Temos a responsabilidade de garantir que nossas infraestruturas estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a IA oferece. Somente assim poderemos garantir um futuro digital próspero e sustentável.

*Por Fernando Ribeiro, Coordenador de Sistemas da ODATA.


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