
*Por Luciano Furtado C. Francisco
Se há algo que o comércio eletrônico sabe fazer bem, é se reinventar. Em 2025, essa máxima nunca foi tão verdadeira. O setor está atravessando uma das suas maiores transformações, impulsionado por novas tecnologias, mudanças no comportamento do consumidor e a busca por experiências de compra mais fluidas e integradas. Quem não acompanhar essa evolução, pode (e vai) ficar para trás.
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser um diferencial para se tornar um pilar do e-commerce. Grandes varejistas e marketplaces já utilizam algoritmos sofisticados para personalizar ofertas, prever demandas e até mesmo criar descrições automáticas de produtos. Segundo um relatório da McKinsey (2023), empresas que adotam IA para personalização podem aumentar suas receitas em até 15%. Isso significa que, ao navegar por um site de compras, você verá produtos cada vez mais alinhados com seus interesses, eliminando a sensação de estar perdido entre milhares de opções irrelevantes.
Outro conceito que está mudando o jogo é o chamado “Comércio Unificado” (unified commerce). Esqueça aquela separação entre loja física e virtual: a tendência agora é integrar completamente todos os canais de venda para que o consumidor tenha uma experiência contínua. Um levantamento da Harvard Business Review, de 2024, indica que empresas que investem nessa estratégia registram um aumento médio de 30% na retenção de clientes. No Brasil, as grandes redes de varejo já estão adotando essa abordagem, permitindo que os consumidores comprem online e retirem na loja, ou troquem um produto comprado virtualmente em qualquer unidade física.
As redes sociais também se consolidam como um verdadeiro shopping center digital. O chamado Social Commerce, que consiste na venda direta por plataformas como Instagram, TikTok e WhatsApp, está se tornando um fenômeno global. No Brasil, o WhatsApp tem se destacado como um canal essencial para pequenos e médios empreendedores que querem estreitar o relacionamento com os clientes e facilitar as vendas sem a necessidade de um site próprio.
O avanço das tecnologias de pagamento também tem acelerado a adoção do e-commerce. O Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, se tornou o meio de pagamento mais popular do país, ultrapassando até o cartão de crédito. Com a chegada do “Pix Automático”, prevista para junho de 2025, será possível realizar pagamentos recorrentes sem precisar de autorização manual, o que deve facilitar a vida de assinantes de serviços e compradores frequentes. Segundo projeções da Reuters (2023), essa inovação pode movimentar mais de US$ 30 bilhões apenas no setor de e-commerce nos próximos anos.
Diante de todas essas mudanças, fica evidente que o e-commerce em 2025 não será apenas uma continuação do que já conhecemos, mas um novo capítulo na história do varejo digital. A tecnologia está redefinindo a experiência de compra, tornando-a mais intuitiva, acessível e integrada. Se você é consumidor, prepare-se para encontrar um universo de possibilidades ao alcance de um clique. Se é empreendedor, a hora de se adaptar é agora. O futuro do comércio eletrônico não espera por ninguém – ele já está aqui.

*Luciano Furtado C. Francisco é analista de sistemas, administrador e especialista em plataformas de e-commerce. É professor do Centro Universitário Internacional – Uninter, onde é tutor no curso de Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos e no curso de Logística.