Pesquisa do CGI.br aponta estabilidade do mercado de provedores de Internet no Brasil

Tecnologia da Informação e Comunicação
Imagem: Freepik

A 5ª edição da TIC Provedores, lançada nesta quinta-feira (7) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelou que a proporção de médias empresas do segmento (de 50 a 249 pessoas ocupadas) passou de 13% para 17%, uma elevação de quatro pontos percentuais entre 2020 e 2022. Na direção contrária, a participação das microempresas (com até 9 pessoas ocupadas) caiu 10 pontos percentuais, indo de 56% para 46% na comparação durante o mesmo período. A pesquisa foi apresentada na 13ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil.

A TIC Provedores 2022, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), mostrou ainda que a quantidade de empresas atuando no setor foi de 12.826 para 11.630 de 2020 para 2022.

“Nos últimos anos, tem-se observado uma tendência de fusões e aquisições e um maior interesse de fundos de investimento no setor, o que pode ser uma das explicações para o crescimento na participação das médias empresas. Isso demonstra que a consolidação é um movimento em curso no mercado brasileiro. Além disso, o Brasil continua a ser um país com um grande número de provedores em atividade, quando comparado com outros países”, analisa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

A fibra óptica segue como a tecnologia de conexão à Internet mais presente e, em 2022, foi disponibilizada por 95% dos provedores atuando em território nacional. Em relação à infraestrutura de rede de transmissão, a proporção das empresas que ofereciam acesso apenas por meio de infraestrutura própria decresceu de 2020 para 2022 (foi de 70% para 60%). Já a proporção de provedores que adotavam modelo misto, com acesso tanto via infraestrutura própria quanto de terceiros, avançou de 25% para 37% no mesmo período.

Aprimoramento do mercado

Outro dado que chama atenção é que de 2020 a 2022, houve um crescimento na participação de provedores em Pontos de Troca de Tráfego (PTT) ou no IX.br (Brasil Internet Exchange) – este último uma inciativa do NIC.br responsável por implantar e promover a infraestrutura necessária para a interconexão metropolitana direta entre as redes que compõem a Internet no Brasil. Atualmente este é o maior conjunto de PTT do mundo, com 36 Pontos distribuídos pelas cinco regiões brasileiras. Segundo o estudo, a proporção subiu de 30% para 37%.

A pesquisa identificou também um aumento de provedores do Nordeste e do Centro-Oeste em pontos de troca de tráfego durante o período. Na primeira região, a porcentagem passou de 24% para 38%. A mesma elevação de 14 pontos percentuais foi observada no Centro-Oeste (de 20% para 34%).

“A presença dos provedores em PPT melhora, de forma efetiva, a troca de tráfego entre provedores, o que, na prática, pode significar um incremento substancial na qualidade da Internet que chega aos usuários do serviço”, avalia Fabio Senne, coordenador de pesquisas TIC do Cetic.br.

A pesquisa detectou ainda um aumento expressivo na oferta de IPv6 aos clientes: 24 pontos percentuais em relação a 2020. Em 2022, 64% do mercado disponibilizavam a versão 6 do Protocolo Internet, aderente à novas tecnologias.

Dados e segurança

Na comparação com outros segmentos do setor privado, o mercado de provimento de Internet está à frente quando o assunto é proteção de dados. De acordo com a TIC Provedores 2022, 40% dos provedores de acesso possuíam uma área ou funcionários dedicados exclusivamente ao tema, proporção que foi de 23% nas empresas como um todo, segundo dados da pesquisa TIC Empresas 2021.

As ações para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) mais citadas foram o desenvolvimento de uma política de privacidade que informa como os dados pessoais são tratados pelas empresas (57%) e a realização de testes de segurança contra vazamento de dados (58%). O estudo identificou ainda que 30% dos provedores nomearam um encarregado de proteção de dados pessoais, enquanto 17% nas empresas como um todo adotaram a medida.

No quesito segurança, 23% dos provedores afirmaram que sofreram ataques de negação de serviços (DDoS) em 2022, apresentando estabilidade em relação ao estudo anterior (2020). Empresas com mais de 6 mil clientes foram alvo desse tipo de ataque em maior proporção do que as que possuem menor quantidade de clientes: 34% contra 24%.

Sobre a pesquisa

Realizada desde 2011, a TIC Provedores tem o objetivo de mapear o setor de provimento de Internet no Brasil para subsidiar estratégias voltadas à expansão e melhoria da qualidade da conectividade no país. O levantamento caracteriza as empresas do segmento em termos de serviços oferecidos, atuação no mercado e adoção de tecnologias. Os dados da 5ª edição foram coletados entre setembro de 2022 e junho de 2023. Para acessar a lista de indicadores na íntegra, visite tic_provedores_2022_livro_completo.pdf (cetic.br) 

*Fonte: CGI.br


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