A tecnologia da inteligência artificial (IA), que há poucas décadas era tema de filmes de ficção, hoje está presente em aplicativos de entrega, de compras, em sistemas de GPS e é usada como ferramenta de apoio à gestão em diversas empresas. Em constante evolução, a IA também tem ficado mais acessível. Está ao alcance de pequenas e médias companhias, tanto quanto das grandes, e a tendência é que ela se transforme em ferramenta até para microempreendedores individuais. Será impossível subsistir no mercado sem apoio dessa incrível ferramenta.
No varejo, por exemplo, é cada vez mais comum a implantação de soluções de monitoramento e de precificação, que acompanham toda movimentação da concorrência e ainda sugerem?preços e promoções para o negócio ser competitivo. Para este segmento, as melhores soluções de IA existentes no mercado funcionam baseadas em modelos de elasticidade-preço da demanda, aprendizagem de máquina por reforço, entre outros. São ferramentas capazes de analisar dados em tempo real, 24 horas por dia, para a tomada de decisões de negócio com alta precisão.
Tal capacidade é de extrema importância em um mundo cada vez mais digitalizado, diferente de algumas décadas atrás, quando um gestor definia preços e os mantinha por longo tempo. Eram épocas diferentes em que existiam poucos ou nenhum concorrente nas proximidades e, muitas vezes, quem tinha preços muito melhores e mais variedade estava tão longe que não valia a pena para o consumidor se deslocar. Hoje, com a tecnologia, uma empresa sediada em São Paulo concorre com outras em qualquer parte do país.?
Assim, competir tornou-se extremamente difícil, porém, vital para a sobrevivência de qualquer negócio. Como saber os preços da concorrência sendo que podem haver dezenas ou milhares no ambiente virtual? Qual preço é mais adequado para aumentar as vendas sem perder rentabilidade? Tenho estoque suficiente para realizar uma promoção? Imagine resolver isso para cada um dos milhares de produtos que uma rede de varejo tem em suas prateleiras?
Os algoritmos das soluções de IA empregam modelos matemáticos na previsão da demanda e no ajuste de preços. Com base nos dados coletados, adicionando as informações internas da empresa, a tecnologia opera ativamente no equilíbrio da cobertura do estoque de todos os produtos, inclusive os sazonais e de reposição contínua.
Em suma, com soluções de monitoramento e precificação baseadas em IA, é possível monitorar preços no mercado, desenvolver uma política de precificação dinâmica, limitar o preço máximo e o mínimo, sem contar que a IA é capaz de aprender com o histórico de vendas e, a partir daí, refinar suas sugestões para que os gestores tenham as informações mais exatas possíveis para a tomada de decisões assertivas.
O varejo foi usado apenas como exemplo. A IA pode ser aplicada em qualquer ramo de negócio. Da mesma forma, na indústria, possibilita automatizar processos, reduzir custos operacionais, obter acesso a maiores quantidades de dados e realizar análises preditivas em tempo real, tomar decisões rápidas e seguras frente às demandas e tendências de mercado, otimizar o estoque; fazer a precificação com inteligência para os negócios, entre outras ações que possam consolidar o posicionamento estratégico da indústria.?
Ao contrário do que muitos acreditam, a IA não toma decisões sozinhas, dispensando a figura do gerente, diretor ou qualquer outro executivo. Ela apenas faz uma série de tarefas que antes da era digital exigiam uma grande quantidade de pessoas para executá-las.? Manualmente, o processo pode conter erros de digitação, falta de um ou outro dado, sem contar o tempo despendido para resposta e a demora para que chegasse.
A IA, então, revela-se como um motor propulsor da eficiência e do crescimento das empresas de todos os portes, ainda mais agora que começa a ser “democratizada” pelo avanço tecnológico. Em breve, ela estará presente até mesmo nas atividades de pequenos empreendedores como os MEIs. Quem resistir à IA terá o mesmo destino de quem resistiu em substituir a máquina de escrever pelo microcomputador: desaparecerá do mercado.
*Por Ricardo Ramos, CEO da Precifica