Inteligência Artificial e seus cinco níveis: onde estamos?
Super Inteligência Artificial (ASI) pode superar AGI, dominando tarefas humanas. Pesquisas acadêmicas exploram essa evolução tecnológica promissora
Super Inteligência Artificial (ASI) pode superar AGI, dominando tarefas humanas. Pesquisas acadêmicas exploram essa evolução tecnológica promissora
Muito se tem falado sobre o desenvolvimento corporativo da Super Inteligência Artificial (ASI). Seria a categoria final da Inteligência Artificial Geral (AGI), uma espécie de IA que teria a capacidade hipotética de aprender toda tarefa intelectual que pode ser desempenhada por um ser humano. Há várias pesquisas acadêmicas atuais sobre o assunto.
Mas ainda estamos relativamente distantes de uma ASI. E para o mercado, o mais importante no momento não é imaginar uma Inteligência Artificial sobre humana, mas entender o estado do desenvolvimento dos agentes atuais de IA, definidos como ferramentas capazes de perceber seu ambiente e executar ações de modo independente, tomar decisões e realizar ações sem intervenção humana constante.
A maioria dos agentes atualmente é virtual e acessada via voz ou texto, e é baseada em Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs). Mas onde estamos atualmente em relação ao desenvolvimento desses agentes?
“De acordo com a startup LangChain, criadora de um framework de código aberto para o desenvolvimento de agentes, em uma escala de 1 a 5, estamos no nível 2,5. Interessantemente, a empresa faz uma comparação entre o poder das IAs e o nível de habilidades de adultos”, explica Fred Andrade, CEO da Indigo Hive, desenvolvedora de IA baseada em São Paulo.
Segundo a LangChain, o nível zero corresponde a aplicações computacionais sem nenhum tipo de automação baseada em Inteligência Artificial. Os outros níveis são:
1 – AGI “emergente”: Os agentes executam tarefas seguindo comandos exatos dos usuários ou desenvolvedores. Aqui, estão incluídas ferramentas como ChatGPT, Gemini, Lama2, etc.
2- AGI “competente”: agentes que realizam tarefas automaticamente com base em instruções determinísticas do usuário. Trata-se de nível de competência de 50% em comparação àquele de adultos especializados. Há aplicações “estreitas”, como IA conversacional simples, mas ainda não há aplicações gerais e amplas. Um exemplo: um aplicativo que responda a uma consulta simples e que não necessite de interpretação, como “qual é o clima atual em São Paulo?”.
3- AGI “expert”: Baseada em LLMs, funciona com instruções definidas pelo usuário, planejando e executando tarefas por meio de ferramentas. As solicitações podem ser ajustadas por feedbacks, até que sejam finalizadas. Tem nível de competência de 90% daquele de adultos especializados. Ainda não têm aplicações gerais e amplas. Um exemplo seria um app que respondesse a uma consulta como “faça uma chamada de vídeo para a Alice”.
4 – AGI “virtuosa”: Também são agentes baseados em LLMs, mas que são capazes de raciocínio, tomada de decisão, aprendizagem autônoma, e memória & reflexão. São capazes de executar proativamente serviços personalizados. Em um espectro de aplicações muito estreito, programas como o Deep Blue, que joga xadrez com humanos, e AlphaGo, que joga o tabuleiro Go, podem ser incluídos nessa categoria. Aplicações gerais e de variedade ampla, no entanto, ainda não existem. Uma AGI do tipo teria 99% do nível de competência de adultos especializados. Exemplo: um app que respondesse a um comando como “peça ao aspirador-robô para limpar a casa amanhã de manhã”.
5- Super Inteligência Artificial (ASI): Aqui, entramos no campo da ficção científica. Essa categoria tem todas as funções da AGI “virtuosa”, mas conta também com personalidade e comportamento colaborativo. Uma ASI superaria o nível de competência de adultos especializados. Exemplo: app que responde a um comando como “descubra que cidades são adequadas no momento para uma viagem de férias”.
“Portanto, ainda estamos em um cenário que mescla IAs que têm de 50% a 90% da capacidade de adultos treinados. São ferramentas que têm uma característica comum, a enorme capacidade de automatizar processos, mas que ainda são muito distintas em suas aplicações e características”, explica Andrade. Assim, as empresas que desejem trilhar o caminho da transformação digital devem saber exatamente que tipo de agente de IA estão contratando, e em que áreas eles podem ser implementados. Fazer essa análise irá garantir enorme vantagem competitiva, especialmente em um mercado em que muitos procuram usar a IA sem realizar estudos mais sérios sobre sua aplicação.