Para assistir nas férias: 10 dicas de filmes e séries com a saúde mental como tema principal

Imagem: divulgação / Pexels

Filmes e séries que exploram temas relacionados à saúde mental desempenham um papel significativo, contribuindo para a conscientização sobre o assunto, desfazendo estigmas e promovendo uma compreensão mais profunda dessas condições. 

Ao apresentar personagens enfrentando desafios de saúde mental, essas obras podem estimular diálogos abertos sobre o tema, tanto entre amigos e familiares quanto em nível social. As narrativas dessas obras frequentemente proporcionam identificação aos espectadores, facilitando a expressão de suas próprias lutas e desafios.

“Estamos caminhando para uma realidade em que falar sobre saúde mental já não é mais um tabu, e o cinema tem um grande potencial de contribuição para este debate. As pessoas estão cheias de problemas para resolver e com cada vez mais dificuldade de lidar com tudo o que acontece em suas vidas. Ver esses mesmos desafios e dificuldades em um personagem de cinema pode criar identificação, colaborando inclusive para a busca de soluções, como o suporte psicológico profissional”, menciona a psicanalista, CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas) e autora do livro “Carreira sem Sofrer”, Ana Tomazelli. 

Aproveitando a pausa de final de ano e o recesso, reunimos a seguir dez dicas de filmes e séries que abordam o tema, para você maratonar. Confira!

1) Nise – O coração da loucura 

O filme traz uma reflexão sobre a psiquiatria e as práticas manicomiais no Brasil, tendo como fio condutor a batalha da médica Nise da Silveira, uma das precursoras no combate a formas agressivas e desumanas de tratamentos contra transtornos mentais, além de ser uma das primeiras mulheres a atuarem na psiquiatria no país e aluna de Carl Jung, um dos pais da psicanálise.

Por ter se envolvido na luta contra tratamentos abusivos, como eletrochoques e lobotomias, Nise foi “punida” e passou a trabalhar na área de terapia ocupacional, que era menosprezada pelos médicos. A médica viu uma oportunidade de repensar este tipo de terapia, passando a usar a arte como forma de tratamento, o que foi um marco no tratamento psiquiátrico oferecido no Brasil até aquele momento. Classificação: 12 anos.

2) Uma Mente Brilhante 

O drama norte-americano conta a história verídica de um famoso matemático, John Nash. O enredo do longa-metragem percorre sua trajetória acadêmica, a vida ao lado da esposa e como teve que lidar com a esquizofrenia ao longo de sua vida.

John Forbes Nash Jr. é reconhecido como gênio da matemática com apenas 21 anos, e logo começa a dar sinais de esquizofrenia. Nash usa seu conhecimento na matemática para tentar compreender se o que ele vê é real ou fruto da esquizofrenia. Após anos de luta contra a doença, o matemático conquista o prêmio Nobel de Economia. Classificação: 12 anos.

3) Divertidamente 

A celebrada animação da Pixar conta a história da pequena Riley, uma garotinha de 11 anos que passa por um momento conturbado em sua vida: a mudança de cidade e escola, além das transformações presentes na transição da infância para a pré-adolescência. 

O enredo se passa principalmente dentro da cabeça da menina, com a “atuação” de cinco emoções: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo. Ao longo da animação, a vida da jovem vai se transformando radicalmente, e suas emoções tentam retomar o controle da situação após uma grande confusão envolvendo a Tristeza e a Alegria. Classificação: Livre.

4) As Vantagens de Ser Invisível 

Baseado no romance escrito por Stephen Chbosky, Charlie, um jovem simpático e ingênuo, enfrenta o delicado momento de lidar com o primeiro amor (Emma Watson), o suicídio de seu melhor amigo, e sua própria doença mental. Enquanto enfrenta todos estes momentos, o jovem luta para encontrar um grupo de pessoas com o qual ele se sinta pertencente. Classificação: 14 anos

5) Preciosa – Uma História de Esperança 

Preciosa é baseado no romance Push, de Sapphire, e conta a história de Claireece “Precious” Jones, com apenas 16 anos. A adolescente sofre abuso psicológico da mãe e também é abusada sexualmente pelo pai. Além disso, a jovem sofre também com discriminação, agressão, opressão e gordofobia no seu dia a dia.

Sem saber ler e nem escrever, Preciosa pensa em desistir de tudo, mas vê que pode haver uma chance de mudar de vida estudando em uma escola alternativa. Sob a orientação de sua nova professora, a Sra. Rain, a jovem começa o caminho da autodeterminação e superação. Classificação: 16 anos

6) Atypical

Uma série que é uma comédia dramática, apresentando um protagonista singular. Sam Gardner (interpretado pelo ator Keir Gilchrist) é um jovem diagnosticado dentro do espectro do autismo. Ele enfrenta desafios para se integrar em um mundo projetado para pessoas neurotípicas, cujo desenvolvimento neurológico é considerado “normal” em comparação com indivíduos autistas.

“Atypical” conquistou fãs em todo o mundo ao abordar de maneira sensível e envolvente as dificuldades enfrentadas por Sam, proporcionando uma compreensão e aceitação mais profundas de suas limitações. A série destaca a possibilidade de oferecer apoio e acolhimento às pessoas autistas, reconhecendo e atendendo às suas necessidades de maneira acolhedora. Classificação: 14 anos.

7) You’re The Worst 

O que se inicia como uma simples comédia romântica voltada para millennials evolui gradualmente para um retrato impactante da depressão clínica, à medida que os desafios enfrentados pela protagonista Gretchen (Aya Cash) ganham destaque central a partir da segunda temporada. Suas ausências, momentos de choro e até considerações sobre o suicídio se tornam elementos marcantes na série, persistindo ao longo do tempo, o que mostra que a depressão clínica não é algo que se soluciona da noite para o dia. Classificação: 16 anos.

8) Ted Lasso

A trama dessa série gira em torno de Ted Lasso, interpretado por Jason Sudeikis, um treinador de futebol americano universitário que é contratado para treinar um time de futebol inglês, o AFC Richmond, apesar de ter pouca experiência no esporte e estar enfrentando um ambiente esportivo completamente diferente. O personagem principal é conhecido por sua positividade, otimismo e abordagem única para enfrentar os desafios, mas que também enfrenta uma ansiedade profunda e tem ataques de pânico, como retratado em um dos episódios. Porém, a história é leve, com humor afável e mensagens positivas, o que traz novas perspectivas para o tema. Classificação: 14 anos

9) Orange is The New Black

“Orange Is the New Black” é uma série de televisão americana que foi transmitida pela Netflix de 2013 a 2019. A série foi criada por Jenji Kohan e é baseada no livro de memórias homônimo de Piper Kerman. A narrativa gira em torno de Piper Chapman, interpretada por Taylor Schilling, que é condenada a cumprir pena em uma prisão federal por crimes relacionados ao tráfico de drogas ocorridos anos antes.

A série aborda diversas questões, incluindo as complexidades do sistema prisional, questões de raça, sexualidade, gênero e poder. Ao longo das temporadas, a série aborda temas como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), automutilação e vício. Ela destaca como as condições de vida na prisão, a solidão, as tensões sociais e os desafios diários têm um impacto significativo na saúde mental das detentas. Além disso, a série examina o tratamento inadequado, a estigmatização e a falta de recursos para o cuidado de saúde mental dentro do sistema prisional. Classificação: 18 anos

10) Coringa

“Coringa” é um filme de drama psicológico de 2019 dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix no papel principal como Arthur Fleck, que mais tarde se torna o icônico vilão Coringa. 

A abordagem da saúde mental no filme é central para a narrativa. Arthur Fleck é retratado como alguém que sofre de várias condições mentais, incluindo riso patológico (uma condição médica conhecida como riso incontrolável e inapropriado) e transtorno do espectro da esquizofrenia. O personagem enfrenta uma série de desafios e é afetado por sua difícil relação com a realidade, experiências traumáticas e a falta de apoio adequado para sua saúde mental. Classificação: 16 anos.

*Fonte: Ipefem


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