Como idosos podem vencer a barreira da tecnologia?

Especialista da Faculdade Anhanguera explica como a internet pode ser empecilho e, ao mesmo tempo, ponte de conexão para a terceira idade

Tecnologia
(Imagem: Falando Tech)

Navegar em um mundo cada vez mais tecnológico é um desafio para muitas pessoas idosas. Acostumados a uma realidade de telefones fixos e cartas escritas à mão, essa geração se depara hoje com smartphones, aplicativos, senhas e atualizações constantes. Para alguns, a experiência pode parecer intimidadora, mas para outros se transforma em um caminho de autonomia e inclusão.

De acordo com Flávia Waeny, coordenadora do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Anhanguera Vila Mariana, a adaptação digital na terceira idade é como aprender um novo idioma. “A interface cheia de ícones, a linguagem técnica e até mesmo o receio de apertar o botão errado fazem com que muitos se sintam inseguros. Além disso, problemas de acessibilidade, como letras pequenas e baixo contraste nas telas, também dificultam o uso”, afirma.

Apesar dos obstáculos, quando a barreira inicial é superada, a tecnologia se revela uma poderosa aliada. “Videochamadas permitem a aproximação com familiares distantes, redes sociais abrem novos espaços de convivência e a internet oferece acesso a serviços essenciais, como agendamento de consultas e compras online. O ganho de autonomia é enorme, eles podem se informar, se divertir e até gerenciar suas finanças de forma independente”, explica Flávia.

Segundo a especialista, o apoio da família e de cursos voltados para a terceira idade faz toda a diferença. Mais do que ensinar o “passo a passo”, é importante criar um ambiente acolhedor, sem julgamentos, que respeite o ritmo de cada um. “Respeito, paciência e inclusão são fundamentais. Essa geração consegue aprender e, quando aprende, se encanta com o universo que a internet coloca ao alcance de um clique”, destaca.

Com paciência, suporte e curiosidade, a jornada digital deixa de ser um obstáculo e se torna uma nova forma de viver experiências, se conectar e redescobrir o mundo. Afinal, como conclui Flávia, “é uma geração que descobre o sabor de clicar”.


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