Na corrida pela digitalização, o desafio é não desanimar e utilizar os dados a seu favor

Dados de uma empresa
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Segundo dados da CNI, 80% das indústrias que inovaram na pandemia tiveram aumento de lucro e produtividade

A transformação digital e cultural das empresas, acelerada pela pandemia da Covid-19, trouxe novos paradigmas para o mundo corporativo, como por exemplo, a adoção massiva do trabalho remoto. A crise afetou as receitas das organizações, que consequentemente foram obrigadas a revisar seus modelos de negócios. A necessidade de mudança urgente forçou os empresários a investirem em novas tecnologias e os projetos de digitalização foram acelerados desde então, gerando bons resultados para as companhias. É o que mostra um levantamento feito pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Segundo dados divulgados pela entidade, no final do ano passado, 80% das indústrias que inovaram na pandemia tiveram aumento de lucro e produtividade. 

Esses dados nos mostram que acelerar projetos de digitalização continuará norteando os investimentos das empresas para os próximos anos. Mas será que a pressão por inovação recai apenas sobre  grandes companhias? Muitas empresas de pequeno e médio porte enfrentam o mesmo nível de competitividade das grandes corporações e a exigência de adoção por novas tecnologias virou obrigatória, também para elas. E para aquelas que já nascem digitais, isso já é uma vantagem competitiva. 

Observando todas essas mudanças e o impacto que elas provocam nessas organizações, compartilho três fatores que considero fundamentais para iniciar um projeto de digitalização que pode ser a virada para se adaptarem à nova realidade.

1. Criar uma mentalidade baseada em dados

A transformação digital trouxe muitos benefícios para as empresas, desde simplificar processos até mesmo criar muitos novos modelos de negócios. No universo corporativo, temos visto que o mais interessante nesse cenário é o uso de dados para ajudar os gestores a tomar decisões mais inteligentes.

A análise de dados, aparentemente parece ser uma tarefa simples, mas que na verdade não é. Durante a pandemia, conseguimos observar diversos problemas e oportunidades no uso de dados, como apontamentos que não são feitos corretamente, informações que não representam a realidade do negócio, grande volume de dados coletados de forma manual, ou até mesmo um dado coletado várias vezes sem reaproveitamento, entre outros problemas. 

Como sair da subjetividade das decisões e começar a confiar nos modelos construídos a partir dos dados passou a ser um grande desafio para as organizações. E essa realidade é perfeitamente replicada no nosso cotidiano. Se o painel do seu carro estivesse totalmente coberto ou apagado, como seria possível saber em qual velocidade está guiando? Ou ainda, como saber se há combustível suficiente para chegar até o destino final? Por isso, os insights são essenciais para gerar uma experiência cada vez melhor para os usuários. Imagine, por exemplo, ter um carro totalmente integrado com um processo de geolocalização em aplicativos. 

Dados seguros se tornaram a base para o planejamento estratégico das companhias, pois podem ser coletados e atualizados em tempo real e oferecerem maior agilidade para o processo de tomada de decisão.

2. Maior automação de processos

Depois de criar uma mentalidade baseada em dados, com objetivo de aumentar eficiência da tomada de decisão, o próximo passo seria em direção à maior automação dos processos. 

Automatizar processos é otimizar a execução de tarefas de maneira inteligente, que deixam de ser executadas manualmente e passam a ser conduzidas de forma padronizada, simplificada e integrada com diferentes áreas.

Quando se trata de alavancar a competitividade de uma organização, a automação de processos se torna uma aliada importante, não apenas para atingir os objetivos definidos, mas, e principalmente, para fazê-lo com mais qualidade e agilidade. 

3. A estratégia do negócio é digital 

A empresa que desenvolver uma estratégia digital para o seu negócio terá um diferencial competitivo em relação à concorrência. Mas esse é um trajeto contínuo e é mais longo do que parece ser. Você já ouviu falar da jornada 6Ds das tecnologias exponenciais? Um framework proposto por Peter Diamandis para ajudar no entendimento da experiência com a aplicação dessas tecnologias. O segundo D dessa jornada é a Decepção. Pode acreditar! Isso porque a digitalização (primeiro D) não é o fim e sim o começo de uma nova jornada, e ela pode potencializar novos níveis de eficiência para a operação e gerar novos modelos de negócios, mas não é geralmente a primeira impressão. A palavra aqui é resiliência, quando a trajetória avança e ganha tração, as possibilidades são exponenciais.

Da mesma forma, a transformação digital não se resume apenas a utilizar uma ferramenta ou outra, mas sim a maneira de construir uma cultura digital dentro da organização e como compreender conceitos de adaptabilidade, humanidade e pensamento crítico para favorecer o desenvolvimento de estratégias de negócios adequadas a uma nova realidade. 

A única forma de identificar se um projeto de digitalização alcançou a efetividade é quando a empresa atinge um patamar de eficiência operacional que não lhe permite mais retroceder nesta jornada digital, que está só no começo dela. Cabe aos gestores observarem com atenção esses  fatores, não desanimarem e colocá-los em prática na sua operação, para chegarem em uma fase de novas possibilidades onde os níveis de eficiência até então eram desconhecidos. 

*Por Jefferson Castro, Gerente Executivo e Head da Unidade B2B da Atech 

*Imagem: Pexels 

 

 


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