Brasil é o principal alvo de ataques cibernéticos na América Latina; erros humanos e falta segurança digital contribuem para cenário

Segurança cibernética é prioridade: com a digitalização, empresas enfrentam aumento de crimes digitais sofisticados

Ataque hacker
Imagem: Freepik

Crescimento dos crimes cibernéticos e o prejuízo que eles geram às companhias evidenciam a necessidade de estratégias que garantam a segurança das informações. Especialista da área de tecnologia enfatiza importância da cibersegurança

Com a crescente digitalização dos negócios, a segurança cibernética se tornou uma prioridade para empresas de todos os portes. Isso porque ao passo em que a tecnologia expande, cresce também a frequência e a sofisticação dos crimes cometidos no ambiente digital. Na América Latina, o Brasil é o país mais afetado pelos ataques hackers, segundo Relatório de Inteligência de Ameaças da NetScout, divulgado neste ano. O Data Breach Investigations Report, da Verizon (multinacional de telecomunicações), revelou que tais ataques aumentaram 180% no mundo em 2023, na comparação com o ano anterior, com destaque para os chamados ransomware (sequestro de dados para extorsão).

“Dados como esses demonstram que, infelizmente, ainda estamos muito expostos a esses tipos de risco, o que é extremamente preocupante principalmente para as empresas, que acabam arcando com altos custos, desde a mitigação do ataque e a recuperação de dados, até a perda de receita, danos à reputação e multas regulatórias”, comenta o especialista Felipe Berneira, diretor da Pronnus, empresa de soluções em nuvem e segurança cibernética do Grupo Sancon.

A falta de investimento em soluções em cibersegurança e treinamento dos funcionários para tomarem cuidado com e-mails maliciosos e outras ferramentas utilizadas pelos criminosos é responsável pela maior parte dos casos, segundo o especialista. “Geralmente são descuidos simples que podem resultar em grandes prejuízos”, enfatiza Berneira. Os custos financeiros de um ataque cibernético podem ser bastante elevados. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), eles geraram perdas de US$ 12 bi ao setor financeiro nos últimos 20 anos. Já uma pesquisa da empresa de tecnologia Sophos revelou que, no Brasil, 83% das empresas que sofreram ataques hackers no ano passado pagaram algum valor aos criminosos para conseguir recuperar seus dados – em média R$ 6,2 milhões.

“Investir em segurança cibernética é essencial para proteger tanto a empresa quanto seus clientes. As organizações precisam adotar uma abordagem proativa, que inclui treinamento técnico para os times de TI, conscientização dos colaboradores e monitoramento constante do ambiente”, destaca o especialista em cibersegurança. 

Recentemente um apagão cibernético afetou sistemas da Microsoft em computadores no mundo todo. Nesse caso não houve nenhum tipo de ataque, conforme informou a própria CrowdStrike, empresa americana de cibersegurança, onde tudo começou. Segundo ela, o que ocorreu foi um erro de atualização de software de segurança. No entanto, um dia após o apagão, a CrowdStrike informou a identificação de um malware se passando por uma atualização para corrigir a falha, com informações em espanhol, o que levou ao alerta para um possível aumento de ataques hackers principalmente na América Latina.

“O ambiente digital está suscetível a diferentes fatores que podem colocar em risco a segurança e a integridade de dados importantes para de empresas, organizações e governos. Por isso é preciso tomar todos os cuidados necessários para garantir que, se algo acontecer, dados não sejam perdidos ou corrompidos. Backups integrados com proteção cibernética ajudam a manter a segurança e a continuidade do negócio”, conclui Berneira.


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