Formada por três vídeos com duração de 30 minutos, a série abarca temas como fotografia, movimentos estéticos e arte cibernética, tendo a tecnologia como pano de fundo
Para contribuir com a expansão das disciplinas de tecnologia e robótica entre crianças, jovens, educadores e cuidadores, a segunda edição do projeto Aprendizes – Digital, que promove o acesso gratuito a cursos de robótica e programação para alunos e docentes de escolas públicas de São Paulo, lança uma série gratuita de três videoaulas sobre o tema. O material será divulgado no dia 13 de dezembro, às 10h, no site do projeto (www.aprendizesdigital.com.br) e no YouTube da Muda Cultural, produtora responsável pela iniciativa.
Esta edição do Aprendizes – Digital teve início em março deste ano e atende cerca de 170 alunos entre 7 e 16 anos e docentes de três instituições localizadas na Zona Norte da capital: E.E. Yolando Mallozzi, E.E. Dr. Miguel Vieira Ferreira e E.E. Sebastião de Souza Bueno. O objetivo do projeto é incentivar a inserção digital de maneira lúdica para estimular a criatividade, introduzindo conceitos básicos sobre robótica e programação e sua ampla atuação no campo das artes visuais. Para isso, são realizados encontros semanais com os alunos e atividades formativas mensais com os educadores. Este ano, o projeto conta com o patrocínio do Banco PAN e é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, que permite que empresas invistam em projetos socioculturais por meio da dedução de Imposto de Renda.
Conteúdo das videoaulas
A ideia de disponibilizar as videoaulas on-line é a de difundir os conteúdos trabalhados em sala, nas aulas de robótica, para novos públicos. O propósito principal é tentar desmistificar a tecnologia e a programação como saberes inacessíveis e de nicho. “Elas estão presentes em nosso dia a dia e podem ser divertidas, lúdicas e principalmente ferramentas muito potentes de ensino – não só de si mesmas, mas também de outras áreas, como as artes visuais”, explica Maria Ito, produtora executiva da Muda Cultural.
Os temas das aulas foram desenvolvidos pela empresa de robótica educacional Robomind, parceira do projeto e responsável pelas oficinas presenciais, a partir dos conteúdos explorados nas salas de aula, mas adaptados para o público geral, que não necessariamente já teve algum contato com essa linguagem e que possam ser fruídos por qualquer pessoa, mesmo que não tenha acesso aos materiais utilizados em aulasala, como os kits da LEGO® Education.
O conteúdo explora diversas frentes artísticas, como fotografia, história da arte e seus principais períodos, pinturas, desenhos, além de artes cibernéticas e eletrônicas, e discute como elas estão relacionadas ao universo tecnológico.,. Os espectadores poderão aprender a construir uma câmera escura de orifício com objetos facilmente encontrados em casa, além de conhecer como se dá a construção e a programação de robôs capazes de criar desenhos, emitir sons e executar diversos comandos.
“Um dos objetivos principais do projeto como um todo é explorar a relação intrínseca entre artes visuais, tecnologia e cultura digital, seja na história recente quanto na atualidade. Vemos cada vez mais a tecnologia adentrando o campo das artes, seja como meio de difusão, seja como forma”, afirma Maria Ito.
Confira abaixo o tema das videoaulas:
Aula 1 – Imagens, fotografia e câmara escura (30 min)
A fotografia e sua relação com as artes visuais: a história dos registros de imagens, o surgimento da fotografia e como criar uma câmara escura de orifício.
Aula 2 – As principais manifestações artísticas e sua relação com a tecnologia (30 min)
Os principais movimentos estéticos e a criação de um robô capaz de gerar imagens perfeitas.
Aula 3 – Artes cibernéticas e artes eletrônicas (30 min)
Desenvolvimento de um robô com a utilização de um sensor ultrasônico e suas aplicações no dia a dia.
Saldo da segunda edição
Maria Ito acredita que todos os objetivos propostos inicialmente tenham sido alcançados ao longo do ano: o desenvolvimento das crianças em programação e robótica, a inserção do corpo docente nesse universo e o desenvolvimento de qualidades socioemocionais, como paciência, coletividade e empatia.
“Para mim, o maior saldo deste projeto é a aproximação das crianças aos materiais e conteúdos relacionados a tecnologia e cultura digital. Normalmente, esses conteúdos são difundidos em escolas particulares e há uma defasagem educacional nesse sentido em relação às escolas públicas. Em uma sociedade altamente tecnológica, é essencial sabermos sobre tecnologia e pensamento computacional, não só no âmbito profissional, mas também educacional e social”, acredita.
Perspectivas de atuação no mercado de trabalho
O projeto também contribui para ampliar a visão e o leque de possibilidades dos jovens a respeito de sua atuação no mercado de trabalho, uma vez que apresenta conceitos e aplicações da tecnologia e da robótica que, por um lado, são atributos buscados por inúmeros postos de emprego e, por outro, estão presentes em incontáveis elementos do dia a dia.
“Os jovens acabam entendendo que ela [a robótica] está em muitas das coisas de que eles já gostam e que já fazem – e que podem explorar esses campos por outra perspectiva, a perspectiva tecnológica. Já ouvimos algumas crianças relatando o desejo de trabalhar com isso nesta edição. Se tudo der certo, futuramente teremos mais um professor de robótica”, afirma Maria.
Ampliação em 2023
“No ano que vem, seguiremos o mesmo formato de aulas para jovens e para o corpo docente das escolas atendidas, com foco em tecnologia e artes visuais. Continuaremos com aulas semanais para os jovens e encontros mensais para o corpo docente. Acreditamos que o impacto será parecido ou até maior do que das últimas edições, especialmente por estarmos aperfeiçoando cada vez mais o projeto”, comenta Maria. Além disso, em 2023 o projeto será expandido para uma escola no Sul do país, em Nova Santa Rita, inaugurando as ações do projeto fora de São Paulo.
*Imagem: Divulgação / Projeto ‘Aprendizes – Digital’