Com o avanço acelerado da inteligência artificial (IA), o mercado corporativo atravessa uma transformação profunda. Ferramentas capazes de automatizar tarefas, sugerir decisões e gerar conteúdos em segundos já fazem parte do cotidiano de empresas de todos os portes. No entanto, à medida que a tecnologia evolui, cresce também a percepção de que as competências humanas — especialmente a inteligência emocional — tornaram-se um dos principais diferenciais competitivos.
A IA oferece escala, velocidade e precisão. Mas não interpreta silêncios, não reconhece emoções e tampouco responde com empatia a situações complexas. Em um cenário em que produtividade e performance são cada vez mais valorizadas, aspectos como autoconhecimento, escuta ativa, empatia e gestão emocional ganham novo protagonismo, especialmente entre líderes e empreendedoras.
Pesquisas recentes indicam que profissionais com altos níveis de inteligência emocional tendem a tomar decisões mais assertivas, manter relacionamentos mais saudáveis e liderar equipes com maior engajamento. Em tempos de transformação constante e sobrecarga de informação, essas habilidades são cruciais para lidar com incertezas e manter a coesão dos times.
No ambiente de negócios, essa tendência é particularmente notável entre mulheres líderes. Além dos desafios estruturais enfrentados no empreendedorismo feminino, há uma crescente consciência de que o equilíbrio entre razão e sensibilidade é fundamental para uma liderança sustentável. Muitas empresárias relatam que, ao priorizarem o cuidado com a saúde mental e a conexão com suas equipes, conseguem resultados mais consistentes e relações mais sólidas — dentro e fora da empresa.
Para especialistas em comportamento organizacional, o momento exige mais do que adaptação tecnológica: é preciso um reposicionamento cultural. As empresas que compreendem que inteligência emocional não é uma fragilidade, mas uma competência estratégica, tendem a construir ambientes mais resilientes e inovadores.
Em um mundo onde algoritmos decidem, a capacidade de sentir, interpretar e se conectar genuinamente com as pessoas não pode ser substituída. A inteligência artificial continuará a crescer e ocupar espaço. Mas será a inteligência emocional que definirá como — e para quem — esse futuro será construído.
Escrito por: Tatyane Luncah
*Tatyane Luncah é empresária há mais de 24 anos, Fundadora e CEO da EBEM, Escola Brasileira de Empreendedorismo Feminino.