Gestão na nuvem é um risco à segurança?

Cloud server
(Imagem: Falando Tech)

Garantir a segurança. Essa vem sendo uma preocupação constante de líderes e gestores. Isso porque, ao mesmo tempo que reconhecem a importância de migrar para o ambiente digital e investir em recursos que garantam máxima eficiência como a nuvem, por exemplo, também existem receios se, de fato, essa tecnologia é segura. Afinal, como proteger dados armazenados de forma online?

Por mais que a gestão na nuvem não seja uma novidade no mercado, seu uso vem ganhando maior adesão nos últimos anos. Não à toa, as projeções do Gartner indicam que, ainda em 2025, é esperado que 85% das empresas estejam utilizando a computação em nuvem.

Esse forte interesse das organizações em investir no uso da nuvem se dá, principalmente, pelo fato de que esse serviço é um tipo de tecnologia que permite o armazenamento de dados e informações da companhia, sem a necessidade de um ambiente físico, com acesso de qualquer lugar.

Contudo, mesmo diante dos benefícios ofertados, antes de aderir a qualquer tipo de serviço, é fundamental compreender como funciona o ambiente compartilhado. Além disso, cada uma das versões (pública e privada) possuem especificidades que precisam ser analisadas para definir qual tem melhor aderência ao negócio. Outro ponto importante, sem dúvidas, também é o investimento na capacitação do time, uma vez que a equipe será a responsável por administrar as operações.

Isso é, vemos uma grande preocupação das organizações com os ciberataques que vem crescendo. Só o Brasil, de acordo com Relatório de Inteligência de Ameaças da NetScout, é o segundo país mais atacado do mundo. Naturalmente, existe a preocupação em investir na maior proteção. Quanto a isso, tecnologias como sistemas de varredouras, proteção de Workloads, unificação de IDs, Firewall de aplicações web, APIs, criptografia, Disaster Recovery, backup, entre outros recursos, ajudam a proteger o ambiente em nuvem.

Por sua vez, é importante chamar atenção para outro aspecto. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, 95% dos incidentes de segurança cibernética ocorrem devido a erro humano. Ou seja, os ataques podem acontecer tanto devido a falhas sistêmicas quanto à falta de entendimento dos níveis de acesso dos colaboradores. Sendo assim, de nada adianta investir em medidas de segurança, sem que a equipe tenha o conhecimento técnico necessário para utilizar a ferramenta de forma correta e sem expor a organização a riscos.

Na prática, a gestão em nuvem é uma medida segura, entretanto, sua eficácia está atrelada a diversos fatores e à forma como é gerenciada. Deste modo, é crucial aderir ao serviço de fornecedores confiáveis, bem como implementar medidas de segurança e ter controle das configurações de acesso dos usuários.

Certamente, administrar todas essas medidas não é uma tarefa simples. Por isso, contar com o apoio de um time especializado no serviço é mais uma medida protetiva que a empresa pode tomar. Afinal, o time técnico irá ajudar desde a migração segura para o ambiente, localizar brechas que podem expor a organização à riscos, até treinar os usuários para que utilizem a tecnologia seguindo regras e instruções que garantam uma operação segura.

A gestão em nuvem deixou de ser, há muito tempo, uma tendência, e se tornou uma necessidade das organizações. Desta forma, é fundamental que invistam na adequação da estrutura, acompanhando a evolução tecnológica, mas simultaneamente também prezem por iniciativas de conscientização com o time, por meio de ações de treinamento, workshops, palestras, vídeos informativos entre outros recursos.

À medida que a transformação digital avança, as empresas que já utilizam o sistema em cloud estarão à frente nessa jornada. A nuvem, sem dúvidas, é uma alternativa segura e eficiente para atravessar esse cenário, mas garantir sua segurança vai além do que aplicativos de proteção, e envolve aqueles que continuam sendo o centro de toda revolução tecnológica: as pessoas.

Eliezer Moreira

Escrito por: Eliezer Moreira

Eliezer Moreira é sócio-diretor de Data Center na SPS Group.


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