Serviços gerenciados de TI: questão de sobrevivência a longo prazo

Setor de TI
Imagem: FlexClip AI/Falando Tech
*Por Átilla Arruda, Diretor de Vendas da Solo Network

A tecnologia já não é apenas um recurso para aumentar a produtividade; hoje, os recursos tecnológicos definem diretamente quem permanece competitivo no mercado. Empresas de todos os tamanhos enfrentam diariamente desafios em relação às áreas de TI que podem comprometer a continuidade dos negócios, desde falhas técnicas até ataques cibernéticos. Nessa perspectiva, escolher contar com serviços gerenciados de TI não é uma questão apenas estratégica, mas de sobrevivência corporativa.

Historicamente, muitas empresas enxergavam a gestão de tecnologia como um custo interno necessário. Entretanto, o aumento da complexidade tecnológica, aliada à escassez de mão de obra qualificada torna a tarefa de manter uma equipe grande e altamente especializada difícil até para as grandes empresas – que, aliás, têm enxugado suas áreas de TI.  

E, embora não haja uma pesquisa específica recente sobre a adoção de serviços gerenciados de TI no Brasil, estudos relacionados fornecem insights valiosos sobre a tendência de digitalização e adoção de tecnologias no país. Por exemplo, o Indicador de Excelência em Tecnologia e Inovação (INEXTI), desenvolvido pela IDC Brasil e idealizado pela Oi Soluções, revelou um aumento de 8,5% na adoção de tecnologias por empresas brasileiras em 2022.

Além disso, o Brasil lidera na adoção de multicloud, com 54% das empresas utilizando múltiplas nuvens, superando as médias regionais e globais. Esses dados indicam uma crescente demanda por soluções tecnológicas avançadas e uma tendência de terceirização de serviços de TI para atender às necessidades de transformação digital das empresas brasileiras.

Terceirização: benefícios e desafios

Ao terceirizar a gestão de TI, as organizações obtêm maior previsibilidade financeira, flexibilidade operacional e uma capacidade aprimorada para se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas. Isso libera os gestores para focar no core business, enquanto especialistas cuidam da saúde tecnológica da empresa.  

Outro ponto importante é a possibilidade de escala que os serviços gerenciados proporcionam. Ao terceirizar, as empresas têm a liberdade de expandir ou reduzir suas operações sem os grandes impactos financeiros associados à contratação ou desligamento de equipes internas, oferecendo agilidade em momentos estratégicos. A redução de downtime, o aumento da produtividade e a otimização de recursos são benefícios claros ao adotar serviços gerenciados.

Além das questões operacionais, há um outro ponto que envolve a terceirização, e que geralmente, se torna uma questão nevrálgica para as empresas: a segurança da informação. Os serviços gerenciados garantem uma abordagem de segurança baseada em múltiplas camadas, integrando tecnologias avançadas como firewalls inteligentes, sistemas de detecção e prevenção de intrusões (IDS/IPS), ferramentas de análise comportamental e monitoramento contínuo. Essa combinação permite detectar ameaças sofisticadas em seus estágios iniciais, reduzindo drasticamente o impacto potencial de ataques cibernéticos.  

Mas nem tudo é um casamento perfeito: é lógico que existem desafios na gestão dos serviços. E um dos principais problemas é a dependência de fornecedores externos, que pode resultar em menor controle direto sobre as operações. Se o parceiro escolhido não estiver alinhado estrategicamente com os objetivos da empresa ou não possuir padrões elevados de qualidade, as consequências podem ser negativas, gerando riscos adicionais e ineficiências operacionais.

Outro desafio significativo é o risco relacionado à segurança e privacidade de dados. Ao terceirizar operações críticas, as empresas precisam assegurar que o fornecedor adote práticas robustas de proteção de dados e conformidade regulatória. Além disso, questões relacionadas à integração tecnológica entre sistemas internos e externos podem gerar mais complexidade, exigindo uma gestão mais atenta e processos claros para evitar falhas ou vulnerabilidades de segurança. Tudo isso pode ser mitigado com a realização de uma escolha mais criteriosa de fornecedores.  

Pensar em serviços gerenciados não é apenas uma decisão operacional, mas estratégica. Empresas que adotam essa abordagem estão construindo um futuro sustentável, com menos vulnerabilidades tecnológicas e maior foco em inovação e competitividade. A tecnologia deixa de ser um gargalo para se tornar uma verdadeira alavanca de crescimento.


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