Setor de MSP cresce no Brasil em meio a escassez de profissionais de TI

O mercado de MSPs deve atingir US$ 354,8 bi até 2028, impulsionado pela escassez de talentos em TI. IA e automação são essenciais

Atendimento ao cliente com GenAI
Imagem: Freepik

Especialista diz que haverá ainda mais espaço para quem foca em automação e garante segurança para empresas em meio às ameaças crescentes

O mercado global de Provedores de Serviços Gerenciados (MSP) deve crescer para US$ 354,8 bilhões até 2028, de acordo com a Market and Markets. Esse crescimento pode ser atribuído, em grande parte, à escassez de profissionais qualificados no setor de TI, o que leva as empresas a terceirizar esses serviços. Dois anos atrás, o Google for Startups previu que, até agora, esse campo enfrentaria uma escassez de 530.000 especialistas em tecnologia. “Essa falta de profissionais qualificados cria projeções otimistas para MSPs no Brasil. No entanto, para expandir ainda mais as oportunidades e executar suas operações de forma lucrativa, os provedores de serviços precisam se concentrar em IA, automação e modelos de serviço flexíveis”, explica Kishore Kumaar, Country Manager da ManageEngine.

Os MSPs operam como empresas terceirizadas que assumem as responsabilidades diárias e contínuas de monitorar e manter várias tarefas e funções de gerenciamento de TI para outras empresas. Além de auxiliar na transformação digital, eles ajudam a melhorar a eficiência de custos, a segurança e a conformidade.

De acordo com Kishore Kumaar, os serviços gerenciados estão se mostrando lucrativos para todos os tipos de organizações, especialmente para pequenas e médias empresas (PMEs). Em 2018, cerca de 39% das PMEs usaram serviços gerenciados em alguma capacidade, enquanto todo o mercado de MSP foi avaliado em US$ 180,5 bilhões. Esse número só aumentou, chegando a US$ 223 bilhões em 2020.

Ele enfatiza que a terceirização de serviços permite que as organizações reduzam significativamente as despesas operacionais. “O modelo de preços baseado em assinatura torna mais fácil para as organizações acessarem serviços especializados, as ferramentas mais recentes ou pagarem apenas pelos recursos que usam. Além disso, essa estrutura de preços ajuda as empresas a prever suas despesas com processos e funções terceirizados, mantendo seu orçamento sob controle.”

No entanto, os provedores de serviços gerenciados brasileiros devem prestar atenção à crescente complexidade de TI e às crescentes ameaças à segurança cibernética. “O Brasil é um dos países com maior incidência de ataques cibernéticos no mundo, e essa tendência só está crescendo. Quando consideramos isso junto com a escassez de profissionais de TI, a situação se torna ainda mais alarmante. É por isso que, em 2025, o Security-as-a-Service (SECaaS) pode provar ser uma grande fonte de receita para MSPs. Chegou a  hora de eles aprimorarem seu portfólio de serviços, fornecendo SIEM gerenciado, segurança de endpoint e gerenciamento de vulnerabilidades”, reforça Kishore.

Esta afirmação é apoiada por dados de um relatório do Gartner, que descobriu que 80% das organizações que contratam MSPs para serviços de segurança relataram melhorias significativas na proteção de segurança cibernética e conformidade regulatória. “Os recursos proativos de monitoramento e manutenção oferecidos pelos MSPs resultam em menos tempo de inatividade e mais tempo operacional, o que leva ao aumento da eficiência”, explica ele.

Mercados como Austrália, América Latina (LATAM) e Estados Unidos estão mostrando uma preferência crescente por plataformas escaláveis e multi locatárias que permitem o gerenciamento de TI baseado em nuvem. O papel da inteligência artificial e da automação também está se expandindo nas operações de MSP. O monitoramento baseado em IA, patches automatizados e análises preditivas estão se mostrando essenciais para reduzir as cargas de trabalho dos técnicos, otimizar as operações de serviço de suporte e permitir o gerenciamento proativo de TI.

“MSPs exigem plataformas unificadas em vez de ferramentas fragmentadas, simplificando o gerenciamento de TI e melhorando a eficiência. Enquanto a maioria dos fornecedores pressiona para que o fornecedor fique preso a eleos MSPs devem procurar ecossistemas abertos que ofereçam suporte a integrações de terceiros para manter a flexibilidade e a compatibilidade com vários fornecedores. JAlém disso, ao adotar um modelo de preços de pagamento conforme o uso, eles podem dimensionar seus serviços com base nas necessidades do negócio”, conclui Kishore.


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